A comunicação com os pacientes é uma necessidade ética fundamental no tratamento de transtornos psiquiátricos. Os aspectos da comunicação eficaz e sua ética foram discutidos pelo Dr. Bernardo Carpiniello, Itália.
A Associação Europeia de Psiquiatria (EPA) publicou recentemente um documento de orientação sobre os aspectos éticos da comunicação com pacientes e suas famílias.1 Este artigo também foi endossado pela EUFAMI (European Federation of Association of Families of people with Mental Illness - Federação Europeia da Associação de Famílias de Pessoas com Doenças Mentais) e pela GAMIAN (Global Alliance of Mental Illness Advocacy Networks - Aliança Global de Redes de Defesa de Doenças Mentais).
Diferentes áreas de comunicação
A comunicação desempenha um papel fundamental no estabelecimento de uma relação terapêutica com o paciente, seus familiares e cuidadores. Também pode ser considerada uma ferramenta terapêutica em si, uma vez que uma boa comunicação está associada aos melhores resultados para o paciente. Portanto, constitui um aspecto fundamental do atendimento para pacientes em contextos de cuidados da saúde mental.
O Dr. Carpiniello discutiu a ética da comunicação acerca de diferentes aspectos dos transtornos psiquiátricos:
- diagnóstico
- risco da doença ou estágios prodrômicos
- opções de tratamento
- tratamento involuntário
Diagnóstico e status de risco
Adote uma abordagem conduzida pelo paciente para fornecer informações
A comunicação sobre um diagnóstico ou uma doença prodrômica para um transtorno mental grave pode ser extremamente desafiadora, em especial porque o transtorno provavelmente possui um estigma associado a ele e pode ter um prognóstico ruim.2,3 Portanto, os médicos precisarão adotar uma abordagem conduzida pelo paciente:
- O que os pacientes desejam e não desejam saber?
- Os pacientes desejam que a família e os cuidadores tenham essas informações?
- Qual é o equilíbrio entre as vantagens e as desvantagens em saber sobre doenças prodrômicas ou seu status de risco?
Tratamento – voluntário e involuntário
O consentimento informado deve ser a principal consideração
Ao comunicar sobre as opções de tratamento, o consentimento informado deve ser a consideração chave; e o paciente precisa ser competente para fornecer seu consentimento.4 Os pacientes precisam saber sobre a natureza dos tratamentos, seus riscos e benefícios, o tempo necessário para a eficácia e sua duração. Em geral, as famílias e os cuidadores também serão informados, a menos que isso seja expressamente proibido pelo paciente.
A boa comunicação é um requisito ético básico no manejo de pacientes com transtornos mentais
Ao exigir tratamento involuntário, os psiquiatras são obrigados a usar de grande sensibilidade, equilibrando os riscos e benefícios de tal etapa e respeitando a capacidade de tomada de decisão do paciente tanto quanto possível. A comunicação dos motivos para o uso de tal intervenção, os direitos legais do paciente e as análises regulares do tratamento têm como objetivo a obtenção de consentimento informado e a interrupção do tratamento involuntário em tempo hábil.
Em suma, o Dr. Carpiniello nos lembrou que a boa comunicação é um requisito ético básico no manejo de pacientes com transtornos mentais.
Our correspondent’s highlights from the symposium are meant as a fair representation of the scientific content presented. The views and opinions expressed on this page do not necessarily reflect those of Lundbeck.