Lidar com o estigma e a discriminação por meio de campanhas de educação e conscientização pode ajudar as pessoas a se sentirem à vontade para falar sobre sua saúde mental e acessar serviços de saúde para receber os cuidados apropriados.
No mundo todo, o estigma contribui para resultados negativos para a saúde mental1 e é uma barreira importante para o manejo eficaz de transtornos mentais e promoção do bem-estar mental.2
O estigma é um desafio para a sociedade em geral
Uma falsa crença
O estigma geralmente surge da crença de que indivíduos com transtornos mentais — por exemplo, aqueles com transtorno bipolar, transtornos por uso de álcool e drogas, e esquizofrenia — são perigosos para si próprios e para as outras pessoas.3
Todavia, as evidências não dão suporte a isso. Na verdade, a pesquisa confirma que as pessoas com transtornos mentais, estáveis em seus tratamentos, não são mais violentas do que a população em geral.4 Além disso, as pessoas com transtornos mentais graves têm onze vezes mais probabilidade de serem vítimas de crimes violentos, em comparação com a população geral.5
Consequências do estigma
O estigma tem um efeito negativo sobre os investimentos em serviços de saúde mental
O estigma é uma das principais causas de discriminação e exclusão social.2
Uma análise do tratamento de pessoas com transtornos mentais em países de baixa e média renda mostrou violações generalizadas de direitos humanos básicos, incluindo direitos civis, culturais, econômicos, políticos e sociais.6
Como resultado, o estigma cria um fardo adicional para as pessoas que vivem com transtornos mentais,7 afetando de maneira adversa sua autoestima e relações familiares, limitando sua capacidade de socialização e obtenção de moradia e emprego.2
O estigma também leva à discriminação que afeta o investimento em serviços de saúde mental.1,2
Intervenções para abordar e reduzir o estigma
Campanhas de conscientização que incluem relatos pessoais são especialmente eficazes6
O Plano Europeu de Ação de Saúde Mental (European Mental Health Action Plan),2 da OMS, é uma estratégia de três frentes para melhorar os resultados de saúde mental, por meio de:
- melhoria do bem-estar da saúde mental da população
- respeito aos direitos das pessoas com transtornos mentais e oferecimento de oportunidades equitativas para alcançar uma qualidade de vida mais elevada
- estabelecer serviços acessíveis, seguros e eficazes, que atendam às necessidades e expectativas mentais, físicas e sociais dos indivíduos
Outras intervenções para melhorar os resultados incluem:
- Maior uso de tecnologias em saúde mental a fim de fornecer acesso a serviços de saúde para pessoas que possam estar relutantes em buscar por esses serviços devido à estigmatização1
- campanhas de conscientização e educação da população que normalizem os transtornos mentais1,6
As campanhas podem envolver grupos de advocacy, instituições governamentais e públicas, e outros grupos de partes interessadas, da comunidade global, regional e local, além de serem especialmente eficazes quando incluem depoimentos pessoais de pessoas que possuem um transtorno de saúde mental.6