Quais são as opções de tratamento agudo para enxaqueca, caso os medicamentos atuais não sejam eficazes, sejam utilizados em excesso, não sejam bem tolerados ou sejam contraindicados? Ou se o paciente for uma criança, uma gestante, uma lactante ou um idoso? As limitadas opções disponíveis, que refletem as necessidades não atendidas no manejo da enxaqueca aguda, foram destacadas por especialistas em um simpósio no EAN (Academia Europeia de Neurologia) 2020.
As dores no tratamento agudo da enxaqueca
Apenas 25 a 35% dos pacientes ficam sem dor 2 horas após o tratamento com triptanos ou AINEs
Os triptanos tornaram-se cada vez mais populares para o tratamento agudo da enxaqueca, embora os anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) sejam frequentemente utilizados como uma estratégia inicial para impedir os ataques de enxaqueca,1 disse Christian Lampl de Linz, Áustria.
No entanto, uma meta-análise de rede comparando a eficácia relativa e a tolerabilidade de AINEs e triptanos revelou que a proporção média de pacientes sem dor 2 horas após o tratamento — que é a medida primária de eficácia recomendada pela Sociedade Internacional de Dor de Cabeça (do inglês, International Headache Society)2 — variou apenas em 25 a 35%.1
O uso frequente de medicamentos de forma aguda pode causar cefaleia por uso excessivo de medicamentos
Para muitos pacientes, os triptanos não são adequadamente eficazes ou perdem eficácia com o tempo, têm efeitos adversos intoleráveis ou são contraindicados, por exemplo, devido à doença cardiovascular concomitante, disse o Dr. Lampl.3
Novas opções terapêuticas são necessárias, disse ele, e isso é destacado pelo uso persistente de medicamentos como barbitúricos e opioides, que têm potencial para uso indevido, e a ocorrência de cefaleias por uso excessivo de medicamentos, devido ao uso excessivo de tratamentos agudos.4
Opções terapêuticas limitadas para populações especiais
Opções de tratamento limitadas para crianças, gestantes e idosos
Desafios no tratamento agudo da enxaqueca também surgem ao tratar determinadas populações de pacientes e refletem outras necessidades não atendidas, disse Aynur Özge, de Mersin, Turquia. Essas populações incluem:
- crianças, para as quais existe disponibilidade limitada de medicamentos aprovados para o tratamento da enxaqueca5
- gestantes e lactantes, para as quais o tratamento não deve ser adiado, já que a cefaleia mal controlada pode causar estresse, privação de sono, depressão e ingestão nutricional insuficiente; contudo, as intervenções não farmacológicas devem ser tentadas primeiramente, antes de decidir sobre a medicação com base no equilíbrio entre risco e benefício6
- idosos, para quem a escolha do tratamento deve levar em consideração todas as comorbidades7
Our correspondent’s highlights from the symposium are meant as a fair representation of the scientific content presented. The views and opinions expressed on this page do not necessarily reflect those of Lundbeck.