O diagnóstico precoce e o tratamento eficaz e bem tolerado da esquizofrenia de início precoce são cruciais para alcançar resultados melhores de funcionalidade e qualidade de vida relacionados à saúde, disse Christoph Correll (Charité Hospital, Berlim; e Escola de Medicina Donald e Barbara Zucker, Nova Iorque) para o Congresso Mundial Virtual CINP 2021 (Colégio Internacional de Neuropsicofarmacologia).
Em comparação com o início tardio, a esquizofrenia que se desenvolve antes dos 18 anos está associada a um impacto maior da doença, com mais sintomas negativos e cognitivos e maior incapacitação funcional e social,1 talvez porque, nesse caso, o transtorno ocorra durante uma fase altamente sensível do desenvolvimento, disse o professor Correll.
Devemos ter como objetivo reduzir a duração da psicose não tratada em pacientes de início precoce
O resultado da esquizofrenia de início precoce (EIP) é pior no sexo masculino, com pior funcionalidade pré-mórbida e sintomas mais graves.2,3
Diagnóstico imediato
Esses são fatores que pouco podemos alterar. Contudo, desfechos clínicos piores, da funcionalidade e cognitivos, também são previstos por uma duração maior da psicose não tratada3 – e isso é algo que podemos influenciar – por meio de uma melhor educação dos pais e dos profissionais de saúde mental sobre as realidades e os riscos da EIP, argumentou o professor Correll.
Dito isso, aceitamos que há dificuldades indiscutíveis no diagnóstico de EIP: a saúde mental dos adolescentes é um alvo móvel, afetado por fatores biológicos e sociais; há sobreposição com transtornos psicóticos do humor, ansiedade mais grave, trauma e estresse; e uma imaginação que é incomum, mas não inadequada do ponto de vista do desenvolvimento, pode ser difícil de distinguir dos sintomas psicóticos.
O medicamento deve ser bem tolerado
Pacientes com início precoce podem ser mais vulneráveis à elevação da prolactina, sedação, ganho de peso e efeitos metabólicos
O medicamento é eficaz na EIP; porém, o Professor Correll observou evidências de que os jovens possuem uma susceptibilidade diferente e potencialmente maior para os efeitos adversos do tratamento farmacológico do que os adultos.4 Pacientes com início precoce podem ser mais vulneráveis do que pacientes mais velhos à elevação da prolactina, sedação, ganho de peso e efeitos metabólicos, incluindo dislipidemia, relatou o professor.
Uma descoberta notável consiste no fato de que a incidência de diabetes tipo 2 em jovens que tomam antipsicóticos é cerca de duas vezes maior que entre jovens com problemas psiquiátricos que não recebem antipsicóticos e do que em indivíduos saudáveis.5 Alguns medicamentos são metabolicamente mais tóxicos do que outros, disse ele.
A adesão é essencial para o resultado funcional
Na escolha de um agente farmacológico, devemos focar na eficácia, mas também na tolerabilidade – para que a adesão seja mantida, uma vez que sem adesão não é possível atingir o objetivo final de capacitação funcional, sugeriu o professor Correll.
Precisamos acertar no medicamento na primeira vez e continuar o tratamento – uma vez que isso pode prevenir recaídas.
A escolha do antipsicótico deve ser adaptada às características e necessidades do paciente. O professor Correl também observou que o medicamento deve ser fornecido em um contexto que inclua psicoeducação e psicoterapia, com um papel também para controle do estresse, higiene do sono e atenção à dieta e ao uso de substâncias.
Este simpósio teve o apoio da Sumitomo Dainippon Pharma/Sunovion
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