As expectativas dos pacientes com relação ao tratamento para o transtorno depressivo maior (TDM) são diferentes. Portanto, os objetivos do tratamento precisam ser significativos para cada paciente, de forma individual. Essas metas individualizadas podem ser determinadas e gerenciadas de forma adequada com uma abordagem de tomada de decisões compartilhada, centrada no paciente, e uma escala de alcance de metas para estabelecer e monitorar o progresso, segundo especialistas no WCP 2021.
O TDM é a principal causa de incapacitação em todo o mundo, com alta morbidade e mortalidade,1 conforme disse o professor Siegfried Kasper, da Universidade Médica de Viena, Áustria. O início do tratamento é, portanto, de extrema importância. Mas, qual tratamento?
As expectativas dos pacientes com relação ao tratamento são diferentes
Relação entre sintomas e funcionalidade
O Professor Dan Stein, da Universidade da Cidade do Cabo, África do Sul, destacou a heterogeneidade do TDM. Cada paciente possui sua própria combinação única de sintomas,2 que resulta em efeitos diferentes nas funcionalidades pessoais, sociais e laborais.
As expectativas dos pacientes em relação ao tratamento, portanto, são diferentes e o tratamento precisa ser adaptado ao paciente, disse ele.
Cada paciente possui uma experiência única de TDM
O professor Sidney Kennedy, da Universidade de Toronto, Canadá, descreveu como diferentes sintomas afetam a capacidade funcional de um paciente:
- Em geral, humor deprimido, problemas de concentração, fadiga e perda de interesse têm maior impacto na funcionalidade psicossocial.3
- A baixa energia é vivenciada por 91% dos pacientes e é mais preditiva de piores funcionalidades laboral e social do que outros sintomas depressivos, além de a melhora na energia estar mais fortemente relacionada à melhoria da produtividade no trabalho.4
- A melhora na motivação prevê melhora precoce e possui o melhor valor preditivo para resposta.5
Metas de tratamento
Os objetivos mais importantes consistem em uma saúde mental positiva e um retorno a si próprio e à vida habitual do indivíduo
Pacientes e médicos precisam ter os mesmos objetivos de tratamento, disse o professor Kasper, e isso é alcançado por meio de uma tomada de decisão compartilhada.
Tem sido defendida uma abordagem centrada no paciente, por meio de uma escala de alcance de metas para estabelecer e acompanhar o progresso em direção às metas de tratamento que são significativas para os pacientes.6
O professor Kasper observou que, para a maioria dos pacientes que estabeleceram tais metas, estas dizem respeito a:
- saúde física
- funcionalidade cognitiva
- aspectos sociais da vida7
Os objetivos mais importantes são a saúde mental positiva (p. ex., otimismo e autoconfiança) e um retorno ao “seu eu” e ao nível de funcionalidade habituais de uma pessoa,8 disse ele.
Além disso, é importante notar que a preferência do paciente por um tratamento específico é um potente moderador da resposta ao tratamento.
Qual antidepressivo?
Antidepressivos diferem em eficácia e aceitabilidade
Todos os antidepressivos são mais eficazes do que o placebo no tratamento do TDM. Todavia, as diferenças na eficácia e na aceitabilidade entre os diferentes antidepressivos foram demonstradas em estudos clínicos head-to-head,10 disse o professor Stein.
Essas foram as constatações de uma revisão sistemática e meta-análise de rede por Cipriani et al., publicadas no The Lancet em 2018.
Cipriani et al. concluíram que seus resultados devem servir à prática baseada em evidências e informar pacientes, médicos, desenvolvedores de diretrizes e formuladores de políticas em sua tomada de decisão sobre o uso de diferentes antidepressivos.10
O suporte para este simpósio satélite no WCP 2021 foi fornecido pela Servier
Our correspondent’s highlights from the symposium are meant as a fair representation of the scientific content presented. The views and opinions expressed on this page do not necessarily reflect those of Lundbeck.