Intervenções sociais e cognitivas que melhoram os resultados para pacientes com psicose

Foram apresentados no 11° Congresso Internacional de Intervenção Precoce (IEPA11) um serviço de intervenção em momento crítico de três meses, envolvendo assistentes sociais e especialistas para conectar pessoas hospitalizadas com primeiro episódio de psicose a serviços comunitários de saúde mental pós-alta, e uma revisão sistemática e uma metanálise dos efeitos de intervenções específicas de psicologia positiva para pessoas com transtornos do espectro da esquizofrenia. Ambos melhoraram os resultados para pacientes com psicose.

Conexão de pacientes com primeiro episódio de psicose a serviços comunitários de saúde mental após a alta

O New York City (NYC) START é um programa de intervenção recentemente implementado, de momento crítico, por três meses, envolvendo assistentes sociais e especialistas, que conecta pessoas com idades entre 18 e 30 anos hospitalizadas com primeiro episódio psicótico (PEP) ao tratamento comunitário de saúde mental,1 explicou Daniel Anderson, do Departamento de saúde e higiene mental, da cidade de Nova Iorque, NY.

87% compareceram a uma consulta inicial de saúde mental, em comparação com 59% em 2011

Os assistentes sociais e especialistas atendem pacientes enquanto estes estão hospitalizados, fazem seu cadastro e prestam serviços voluntários de intervenção crítica por três meses para conectá-los aos serviços comunitários de saúde mental apropriados após a alta.

Dentre 285 pacientes (clientes) – 65% do sexo masculino e 50% afro-americanos – que aceitaram os serviços do NYC START em 2016, 222 (78%) completaram pelo menos três meses do programa.

Os contatos com assistentes sociais e especialistas foram mais frequentes na primeira semana após a alta, com média de 2,5 ± 1,4 contatos, dentre os quais 1,9 foi com assistentes sociais e 0,5 com especialistas.

No total:

  • assistentes sociais e especialistas forneceram uma média de 17,3 ± 4,4 e 8,5 ± 3,5 atividades específicas do cliente por semana, respectivamente
  • 249 pacientes (87%) compareceram a uma consulta inicial de saúde mental após a alta hospitalar enquanto recebiam serviços do NYC START, em comparação com 59% em 2011

Promovendo força, resiliência e autocompaixão em pessoas com psicose

A atenção plena (Mindfulness) parece ser uma intervenção segura e eficaz para pessoas com psicose, com efeitos benéficos na hospitalização, duração da internação, aceitação de sintomas depressivos e bem-estar, afirmou Jens Einar Jansen, do Centro de Saúde Mental de Copenhague, Dinamarca. Isso está de acordo com as constatações de duas metanálises anteriores.2,3

Efeitos benéficos na aceitação de sintomas depressivos e bem-estar

O Dr. Jansen descreveu sua recente revisão sistemática e metanálise dos efeitos de intervenções específicas da psicologia positivas em pessoas com transtornos do espectro da esquizofrenia. As medidas de resultado para a pesquisa sistemática da literatura de acordo com as diretrizes do PRISMA, utilizando bancos de dados e pesquisas manuais, foram: emoções positivas, compaixão, atenção plena (Mindfulness) e bem-estar subjetivo. As intervenções incluíram terapia individual, treinamento em grupo e terapia em grupo.

A revisão e a metanálise mostraram:

  • evidência moderada para um efeito de curto e longo prazo de intervenções psicológicas positivas sobre os sintomas psicóticos e a re-hospitalização, em comparação com as condições de controle (n = 868)
  • efeitos pequenos a moderados da atenção plena em sintomas depressivos, habilidades de atenção plena e funcionalidade social
  • nenhuma diferença significativa entre intervenções, com base na aceitação e, principalmente, na atenção plena

Com base em dois estudos separados, houve uma diferença significativa entre psicoterapia positiva e condições de controle no bem-estar, relações positivas e resiliência, mas não nos sintomas psicóticos.

Referências

  1. NYC START. https://www1.nyc.gov/site/doh/health/health-topics/crisis-emergency-services-nyc-start.page. Accessed 24 October 2018.
  2. Cramer H, et al. Global Adv Health Med 2016;5(1):30–43.
  3. Khoury B, et al. Clin Psychol Rev 2013;33(6):76371.