Visando o topo da “árvore da recuperação” no TDM

Uma imagem poderosa: a recuperação funcional total da depressão e a melhoria da qualidade de vida são os ramos superiores da árvore da recuperação. Ajudar os pacientes a emergir para a luz significa avaliar as causas-raízes e abordar as questões de humor, funcionalidade e cognição à medida que eles ascendem. O sucesso também envolve a redução do risco de “queda”, na forma de recidivas.

Para pacientes com transtorno depressivo maior (TDM), um retorno às suas funções, atividades com a família e amigos, trabalho e estudo, é a maior prioridade.1-4 Médicos e pacientes podem divergir até determinado ponto ao avaliar os objetivos da terapia, mas, sem dúvida, houve uma evolução em nosso entendimento coletivo de que a recuperação funcional completa é o que constitui um bom desfecho – e isso é exemplificado pela diretriz do Canadian Network for Mood and Anxiety Treatments - CANMAT (Rede Canadense para os Tratamentos do Humor e Ansiedade).1

Diane McIntosh (Universidade de British Columbia, Vancouver, Canadá; e membro da CANMAT) realçou a importância de atingir esse objetivo de tratamento centrado no paciente em sua apresentação em um simpósio satélite, durante o Congresso Virtual do Colégio Europeu de Neuropsicofarmacologia, ECNP Virtual 2020.

A restauração precoce da funcionalidade é uma janela de oportunidade

 

O que nos dizem os estudos

  • Conforme demonstrado pelo estudo clínico STAR*D, cerca de 50% dos pacientes com TDM não respondem adequadamente ao tratamento inicial.5,6
  • As chances de recuperação total do TDM diminuem com o tempo, sendo maiores nos primeiros seis meses, caindo para 10-15% após um ano e 5% após dois anos.6
  • Pacientes com sintomas residuais de depressão têm três vezes mais probabilidade de recaída do que os assintomáticos.3
  • Pacientes com resposta parcial experimentam prejuízos significativos em sua funcionalidade geral.7,8
  • Os sintomas residuais estão associados a um tempo mais curto para a primeira recaída, episódios mais longos e graves de depressão e maior impacto da doença ao longo de 10–20 anos de acompanhamento.9

Fazer os pacientes se sentirem bem nas primeiras 8-12 semanas envolve o estabelecimento de uma aliança terapêutica, educação e apoio para a autogestão, a seleção e utilização do tratamento baseado em evidências, e o monitoramento do progresso,1 argumentou a professora McIntosh. Manter os pacientes bem significa a restauração completa da funcionalidade, o tratamento de comorbidades e a prevenção da recorrência.

 

Nova ferramenta auxilia os pacientes a definir metas e monitorar o progresso

O cuidado centrado no paciente deve ser nosso objetivo e a forma de alcançá-lo é a medição sistemática do progresso dos pacientes em direção às metas que eles próprios definem, argumentou Mark Opler (WCG MedAvante-ProPhase Inc., Nova Iorque, EUA), que também contribuiu para o simpósio satélite. 

A Goal Attainment Scale for Depression – GAS-D (Escala de Atingimento de Metas para Depressão) foi concebida para ajudar a rastrear o progresso de um indivíduo em direção à funcionalidade restaurada.10 Os objetivos individualizados são estabelecidos por meio de discussão colaborativa sobre a experiência de um paciente com a depressão e os impactos em sua vida. 

O que mais importa para o paciente, individualmente, é vital

Em um estudo com 122 pacientes com TDM, os participantes identificaram objetivos específicos em relação ao bem-estar geral, físico, social e cognitivo e completaram a GAS-D ao longo de doze semanas de terapia antidepressiva.

A maioria dos pacientes atingiu seus objetivos de recuperação personalizados em 12 semanas.11 A pontuação média inicial de 23,6 da GAS-D aumentou para 41,8 na semana 6 e para 50,5 na semana 12. Em ambos os períodos, as melhoras em relação ao início foram estatisticamente significativas.

O apoio financeiro educacional para este simpósio satélite no ECNP Virtual 2020 foi fornecido pela H. Lundbeck A/S.

Our correspondent’s highlights from the symposium are meant as a fair representation of the scientific content presented. The views and opinions expressed on this page do not necessarily reflect those of Lundbeck.

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Este conteúdo não necessariamente representa a opinião do ECNP.

Referências

1. Lam RW et al. Can J Psychiatry 2016;61:510-23

2. Oluboka OJ et al. ‎Int J Neuropsychopharmacol 2018;21:128-44

3. Battle CL et al. J Psychiatr Pract 2010;16:425-30

4. Zimmerman M et al. Am J Psychiatry 2006;163:148-50

5. Rush AJ et al. Am J Psychiatry 2006;163:1905-17

6. Keitner GI, Mansfield AK. Psychiatr Clin North Am 2012;35:249-65

7. Trivedi MH et al. Int Clin Psychopharmacol 2009;24:133-8

8. Nierenberg AA, DeCecco LM. J Clin Psychiatry 2001;62(Suppl 16):5-9

9. Judd LL et al. J Clin Psychiatry 2016;77:1065-73

10. McCue M et al. Neurol Ther 2019;8:167-76

11. McCue M et al. Poster presented at the 2018 Psych Congress, abs 232