Desafios que enfrentam uma avaliação adequada
Com a duração de uma consulta psiquiátrica variando entre 10 e 60 minutos por paciente, * a realização de um diagnóstico efetivo e o manejo da depressão podem ser um desafio.1
Identificar as manifestações emocionais do paciente, além de quaisquer sintomas cognitivos, pode levar tempo. Outro fator de confusão é a dificuldade do paciente em descrever com precisão os sentimentos e desafios que sua condição provoca. Como resultado, a avaliação adequada dos sintomas de humor e dos sintomas cognitivos pode ser difícil na prática clínica.
Perguntas úteis a serem feitas durante uma consulta
Atualmente há pouco consenso em relação à avaliação do funcionamento cognitivo na rotina da avaliação da depressão. As seguintes perguntas do Questionário de Déficits Percebidos de 5 itens para a Depressão (PDQ-5-D) podem ajudar a fornecer uma visão geral inicial do desempenho cognitivo dos seus pacientes:2
Durante as últimas quatro semanas, com que frequência você:
- Teve dificuldade para se organizar?
- Teve dificuldade em se concentrar em atividades como assistir um programa de televisão ou ler um livro?
- Esqueceu a data, tendo que checá-la?
- Esqueceu sobre o que você falou depois de uma conversa telefônica?
- Sentiu como de desse um branco em sua mente?
As questões acima não incluem todos os comprometimentos cognitivos, nem excluem problemas cognitivos, mesmo que respostas negativas sejam fornecidas. Elas podem, contudo, auxiliar na identificação de sintomas cognitivos, que poderiam ser posteriormente avaliados. Detalhes sobre a variedade de ferramentas de avaliação da cognição realizadas tanto pelo médico como pelo paciente podem ser encontradas na Avaliação da cognição na depressão.
Identificar os sintomas cognitivos de um paciente pode ajudar a assegurá-lo de que eles não fazem parte de uma condição separada
Após uma avaliação completa, é importante que os pacientes fiquem totalmente cientes de seus sintomas e de como eles podem afetar as suas vidas. Identificar que há uma relação entre as suas dificuldades cognitivas e sua depressão pode ajudar a assegurar aos pacientes de que o seu comprometimento cognitivo não é o resultado de uma condição separada.
Durante as consultas de acompanhamento, é importante que se considere incluir avaliações da cognição na avaliação do progresso e do sucesso do tratamento.2 Isso envolve a recuperação dos pacientes, uma vez que foi demonstrado que os sintomas cognitivos estão presentes em uma média de 44% do tempo durante os períodos de ‘remissão’.3 Um acompanhamento sistemático também está associado a resultados positivos no modelo de cuidado colaborativo para depressão.4
Sobretudo, é importante definir a recuperação da depressão como a ausência de todos os sintomas (emocionais, físicos e cognitivos) e dos comprometimentos funcionais associados à condição.5
*Dependendo da prática local