Esquizofrenia em estágio inicial e o caminho para a recuperação

Durante este simpósio, a professora Nadja Marić, da Sérvia, discutiu a jornada do paciente na esquizofrenia, os diferentes estágios da doença e como as abordagens de tratamento em diferentes estágios podem ser adaptadas para otimizar os resultados de longo prazo.

Uma jornada para a recuperação

Quatro décadas atrás, Elyn R. Saks foi diagnosticada com esquizofrenia, recebeu um prognóstico pessimista e disseram que ela “nunca viveria ou trabalharia por conta própria”. Hoje, a professora Saks é especialista em direito de saúde mental na University of Southern California e escreveu uma autobiografia premiada sobre suas experiências vivendo com a esquizofrenia.1 Esta jornada excepcional ilustra algumas das mudanças no pensamento sobre a esquizofrenia nas últimas décadas e o que é possível em termos de recuperação do paciente. No passado, a esquizofrenia era frequentemente caracterizada como um “transtorno mental debilitante e grave”. Agora, a abordagem orientada para a recuperação deste transtorno trouxe uma perspectiva mais otimista e abrangeu uma maior variedade de resultados de longo prazo dos pacientes.2

Estadiamento para orientar o tratamento

O estadiamento da esquizofrenia é uma maneira de melhorar os resultados dos pacientes, se os tratamentos aplicados nos estágios iniciais puderem ajudar no curso da doença. O modelo mais desenvolvido de estadiamento de psicose e esquizofrenia é o de McGorry et al., que define estágios a partir do 0 (sem risco e sintomas), passando pelos estágios pré-clínicos 1A e 1B, até o primeiro episódio psicótico no estágio 2, remissão e recaídas no estágio 3, para sintomas persistentes no estágio 4.3 Estudos de longo prazo mostraram que uma proporção de pacientes permanecerá livre de recidivas após um primeiro episódio psicótico, e fatores como menos sintomas negativos no primeiro episódio e um período mais curto de psicose não tratada foram associados à remissão de longo prazo.4

Fatores como menos sintomas negativos no primeiro episódio e uma duração mais curta de psicose não tratada foram associados à remissão de longo prazo

Necessidades dos pacientes em diferentes estágios

As necessidades dos pacientes nos estágios 1 e 2 da doença são, portanto, essenciais para otimizar seus resultados em longo prazo e o potencial de permanecerem livres de recaídas. No estágio 1, os médicos precisam ser capazes de identificar quando os pacientes estão em um estado clínico de alto risco e iniciar o tratamento adequado. Isso inclui o tratamento de comorbidades para reduzir a carga de doença do paciente e melhorar sua resiliência. Suporte psicossocial baseado em suas necessidades, psicoeducação para pacientes e suas famílias, e monitoramento clínico e gerenciamento de crises também são fundamentais nesta fase.5,6

Reduzir a duração da psicose não tratada é fundamental para otimizar os resultados de longo prazo

No estágio 2, os pacientes precisam de tratamento o mais cedo possível, para reduzir a duração da psicose não tratada. Baixas doses de antipsicóticos nesta fase podem minimizar o aparecimento de eventos adversos, enquanto se maneja os sintomas. O envolvimento dos pacientes com as equipes multidisciplinares também poderá promover uma abordagem otimista e voltada para a recuperação. Acima de tudo, os pacientes em todos os estágios podem receber intervenções psicossociais para ajudá-los a ganhar uma vida com significado - uma vida com propósito e resultados para eles próprios e para terceiros.7

 

Apoio financeiro educacional fornecido por Gedeon Richter Plc & RECORDATI SpA​​​​​​​

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Referências

  1. Saks ER. The Center Cannot Hold: My Journey Through Madness. 2008 Hachette Books
  2. Sadcock B et al. Kaplan and Sadcock’s Synopsis of Psychiatry 2014 Lippincott Williams and Wilkins
  3. McGorry PD et al. Can J Psychiatry 2010;55(8):486–97
  4. Simonsen E et al. Acta Psychiatr Scand 2007;116(1):54-61.
  5. Maric NP et al. Early interventions psychiatry. 2019l;13(5):1283–8
  6. Davies C et al. Front Psychiatry 2018;9:187.
  7. Sartorius N. Norman Sartorius: A personal history of psychiatry Global Psychiatry 2020; 3(1).