Em março de 2020, a Fundação Lundbeck anunciou o direcionamento de 30 milhões de coroas dinamarquesas, aproximadamente 23 milhões de reais, para projetos de pesquisa independentes, que estejam relacionados ao combate ao novo coronavírus (COVID-19).1
A primeira iniciativa a ser apoiada está relacionada a um medicamento de origem japonesa, o mesilato de camostato, que será testado em 180 pacientes com coronavírus nos hospitais da Dinamarca. Tão logo as autoridades dinamarquesas autorizem a pesquisa, os testes serão iniciados. Em três ou quatro meses, já será possível avaliar se o mesilato de camostato pode reduzir a devastadora ação do coronavírus em indivíduos infectados e que desenvolveram a doença causada pelo vírus.2
Se o medicamento tiver esse efeito, poderá impedir que alguns pacientes com COVID-19 se tornem doentes com risco de morte, ao reduzir a necessidade de suporte ventilatório, o que reduzirá a taxa de mortalidade pelo coronavírus.
Pesquisadores contarão com bolsa de pesquisa da Fundação Lundbeck, de 5 milhões de coroas dinamarquesas
Pesquisadores do Hospital da Universidade Aarhus estão por trás do estudo, e contarão com uma bolsa de pesquisa emergencial da Fundação Lundbeck de 5 milhões de coroas dinamarquesas para conduzir a pesquisa com o mesilato de camostato.
O mesilato de camostato tem sido usado para o tratamento de outras infecções virais, bem como para alguns tipos de câncer. Os pesquisadores responsáveis pelo estudo, Mads Fuglsang Kjølby e Ole Schmeltz Søgaard, explicaram que estudos recentes mostram que esse medicamento foi capaz de bloquear a infecção de células pulmonares cultivadas em laboratório pelo SARS-COV-2, o coronavírus, que causa a COVID-19.
Em linhas gerais, como será feito o estudo?
- 180 pacientes dinamarqueses com coronavírus irão participar do estudo como voluntários. Os pacientes serão randomizados, um terço receberá placebo e dois terços receberão a substância ativa (mesilato de camostato).
- Os médicos e os pacientes não serão informados sobre o tratamento utilizado.
- Os pacientes serão tratados por 5 dias e monitorados por um mês.
- A opção de participar do estudo será dada quando os pacientes forem admitidos no hospital, após serem testados como positivos para o coronavírus.
- O cego do estudo será quebrado quando um total de 180 pacientes tiver sido tratado, quando os médicos saberão quais pacientes foram tratados com substância ativa ou placebo.
- Após a análise dos dados, será possível avaliar se o medicamento é eficaz no controle da progressão doença, auxiliando assim na obtenção de melhores desfechos.
A Fundação Lundbeck, que é a principal detentora das ações da H. Lundbeck A/S, faz doações regulares para iniciativas de pesquisa independentes relacionadas às doenças do cérebro. Em função da situação atual que vivemos, a fundação decidiu em 2020 direcionar o seu suporte às atividades de pesquisa que possam beneficiar pacientes que já estão infectados com o novo coronavírus.3
Veja as outras iniciativas financiadas pela Fundação Lundbeck:
- https://www.lundbeckfonden.com/en/seven-research-institutions-receive-dkk-20-million-for-coronavirus-research/
- https://www.lundbeckfonden.com/en/closing-the-coronavirus-fund-final-dkk-10-million-goes-to-eight-projects/
- https://www.lundbeckfonden.com/en/300-post-mortems-are-the-cornerstone-of-a-new-danish-coronavirus-project/