O que é o engajamento do paciente com a vida e como ele é relevante na esquizofrenia?
Há uma necessidade de incorporar a perspectiva do paciente no planejamento do tratamento e no estabelecimento de metas na esquizofrenia
No passado, disse o Dr. Kane, os médicos que tratavam a esquizofrenia visavam principalmente o controle dos sintomas, com as reações adversas do tratamento vistas como um pequeno preço a pagar.1 No entanto, para pacientes com esquizofrenia, esse foco frequentemente levou à baixa adesão à medicação, recuperação funcional incompleta, baixa qualidade de vida e, finalmente, recaída dos sintomas.1,4-6 Evidências mostram que os eventos adversos dos antipsicóticos afetam o funcionamento social em 82% a 91% dos pacientes com esquizofrenia.7 Portanto, há uma necessidade crescente de incorporar a perspectiva do paciente no planejamento do tratamento e no estabelecimento de metas, a fim de ajudar a resolver esses problemas, e, é onde entra o conceito de engajamento com a vida.8
O engajamento do paciente com a vida refere-se aos aspectos positivos da saúde relacionados a cognição, vitalidade, motivação e recompensa e à capacidade de sentir prazer.9 Exemplos fornecidos pelo palestrante incluíram ter um relacionamento ou uma família, encontrar emprego, voltar para a escola ou melhorar a condição física.1,8 Estudos indicam que incorporar a perspectiva do paciente pode ter resultados positivos na adesão ao tratamento,10 na satisfação e na confiança,10 enquanto promove uma aliança terapêutica com seu clínico.8
Incorporar a perspectiva do paciente pode ter resultados positivos na adesão, na satisfação e na confiança no tratamento
Avaliando o engajamento do paciente com a vida e as opções de tratamento atuais
A Dra. Sajatovic reafirmou a necessidade de pensar além do controle dos sintomas, explicando que as prioridades de tratamento na esquizofrenia frequentemente diferem entre o paciente e o médico.11 Em um estudo de 2013, descobriu-se que os pacientes com esquizofrenia priorizavam mais as atividades da vida diária e do trabalho, enquanto seus médicos priorizavam a melhora dos sintomas e da cognição.11 Essa discordância entre as duas prioridades pode resultar em não adesão ao tratamento.2
As diretrizes para o tratamento da esquizofrenia incentivam a inclusão das preferências do paciente no planejamento do tratamento.12-14 As discussões centradas no paciente, disse a Dra. Sajatovic, poderiam conseguir isso pelo fornecimento de informações sobre os objetivos do tratamento dos pacientes e as barreiras pessoais. Isso pode incluir perguntar "Quais são seus objetivos de recuperação?" e "Quais são as barreiras para uso regular de medicação para você?"2
Atualmente, não há uma medida específica do engajamento do paciente com a vida para pacientes com esquizofrenia
A Dra. Sajatovic admitiu, no entanto, que atualmente não há uma medida específica do engajamento com a vida para pacientes com esquizofrenia.15 As medidas de resultados atualmente disponíveis cobrem alguns aspectos, incluindo bem-estar do paciente, qualidade de vida, satisfação com o tratamento e o vínculo terapêutico, porém nenhuma avalia o engajamento com a vida de maneira específica.15 Uma medida apropriada permitiria que os médicos alcançassem uma compreensão abrangente dos sentimentos, atividades, satisfação e prioridades do paciente. No simpósio, a Dra. Sajatovic discutiu alguns itens da Escala de Síndrome Positiva e Negativa que parecem relevantes na avaliação do engajamento da vida.8
Antes de fornecer alguns exemplos de estudos de caso, a Dra. Sajatovic expôs três pontos-chave para otimizar o engajamento com a vida e o funcionamento em pacientes com esquizofrenia a partir de sua própria experiência clínica:2
- Clínicos e pacientes devem colaborar (tomada de decisão compartilhada) nos objetivos do tratamento
- A tomada de decisão colaborativa pode ajudar a esclarecer o benefício versus a sobrecarga da medicação e informar o planejamento do tratamento
- Otimizar o engajamento com a vida é um processo contínuo, e a medicação precisa ser reavaliada regularmente para sua adequação
Melhorar os resultados funcionais e o engajamento com a vida: novas metas para indivíduos que vivem com esquizofrenia
A necessidade de avaliar a adequação da medicação para otimizar o engajamento da vida em pacientes com esquizofrenia foi uma mensagem-chave da apresentação do Dr. Mattingly.3 Esta sessão começou com o palestrante pedindo ao público para "desafiar (tradução de DARE) mover a agulha na esquizofrenia". O acrônimo DARE significa Detecção precoce, tomada de decisão compartilhada para melhorar a Adesão, estabelecimento de metas para a Recuperação funcional além da melhora dos sintomas e melhora do Engajamento em atividades de vida significativas e com propósito.3
Os pacientes, disse o Dr. Mattingly, concentram-se na tolerabilidade da medicação. Em uma pesquisa com 1.825 pacientes com psicose de 2010, 61% dos pacientes relataram comprometimento em sua vida diária como resultado de eventos adversos da medicação, como cansaço ou ganho de peso.3,16 A não-abordagem desta questão leva a sofrimento a longo prazo, acrescentou o Dr. Mattingly. Há, portanto, necessidade de tratamentos que possam melhorar os sintomas da esquizofrenia, bem como a cognição e a qualidade de vida, mas com eventos adversos limitados, tais como ganho de peso.3
Há uma necessidade de avaliar a adequação da medicação para otimizar o engajamento da vida em pacientes com esquizofrenia
Um resumo apropriado veio do Dr. Sajatovic, que disse que, na grande maioria dos casos, considerar o engajamento do paciente com a vida deve agora ser uma parte fundamental dos cuidados na esquizofrenia e, com as estruturas e os recursos apropriados, os pacientes com esquizofrenia terão maior capacidade de se envolver com o mundo e recuperar o funcionamento e o engajamento com a vida.2
O apoio financeiro educacional para o primeiro simpósio Satélite foi fornecido pela Otsuka Pharmaceutical Europe Ltd. e pela H. Lundbeck A/S, e para o segundo simpósio Satélite pela Angelini Pharma.
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Our correspondent’s highlights from the symposium are meant as a fair representation of the scientific content presented. The views and opinions expressed on this page do not necessarily reflect those of Lundbeck.