Interpretando os sintomas relatados pelo paciente

A comunicação efetiva entre um médico e seu paciente pode desempenhar um papel essencial no diagnóstico e tratamento eficazes da depressão. Estima-se que cerca de 50% das pessoas com depressão não são diagnosticadas quando recebem os cuidados primários.1 Isto pode ser devido a múltiplos fatores, incluindo dificuldade para o paciente expressar de forma exata como está se sentindo ou omitir determinados problemas que possa ter.1,2

É importante que os médicos identifiquem claramente os sintomas específicos que os pacientes podem estar enfrentando. Ao relatar seus sintomas, o uso de linguagem não-clínica ou contextual pode ser percebido de várias maneiras diferentes. Comumente, os pacientes podem relatar que se sentem ‘sem ânimo’ ou ‘deprimidos’ ao descrever seus sintomas de humor.4 Eles podem também mencionar que se sentem menos motivados no trabalho ou com falta de energia ao lidar com suas tarefas diárias.4

Todavia, muitos pacientes podem desconsiderar alguns de seus sintomas como estando ligados à sua depressão e optarão por não compartilha-los com seu médico. Isto pode incluir sintomas como falta de concentração ou dificuldade para tomar decisões.4 É essencial identificar os pacientes que podem se enquadrar nesta categoria e fazer perguntas adicionais sobre possíveis sintomas sobre os quais ainda não haviam discutido. A sub-notificação de sintomas também se mostrou mais comum à medida que os pacientes envelhecem, devido à impressão de que os problemas que enfrentam são resultado do processo de envelhecimento.5

Isto enfatiza a importância de os médicos fazerem perguntas aos pacientes sobre outros sintomas comuns associados à MDD, além dos sintomas auto-relatados pelo paciente. Isto permite que eles compreendam melhor os sintomas de seus pacientes e ajudem a administrar seu plano de tratamento de maneira eficaz.

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Referências

  1. The NICE guideline on the treatment and management of depression in adults 2010. Available at: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmedhealth/PMH0016605/. [Accessed April 2018].
  2. Karasz A et al. Br J Gen Pract 2012;62(594):e55–e63.
  3. Instagram. Rethink depression. Available at: https://www.instagram.com/p/BdsB1dol3BY/?taken-by=rethinkdep. [Accessed April 2018].
  4. American Psychiatric Association. Diagnostical and Statistical Manual for Mental disorders, Fifth Edition (DSM-5). 2013.
  5. Lyness JM et al. JAGS 1995;43:216–221.