A capacidade de prever melhor os resultados dos pacientes seria altamente valiosa para os médicos, permitindo a seleção e adaptação do tratamento antipsicótico mais adequado para cada paciente. O estado da arte da previsão de resultados para pacientes no primeiro episódio psicótico foi revisado no EPA Virtual 2021.
Os desfechos do primeiro episódio psicótico (PEP) variam e diversas medidas iniciais podem prever esses desfechos, explicou a professora Maija Lindgren, do Instituto Finlandês de Saúde e Bem-Estar, Finlândia, em sua apresentação no EPA 2021. Identificar desfechos para pacientes individualmente poderia afetar a escolha do tratamento e melhorar os resultados.
A professora Lindgren resumiu onde estamos, mostrando dados do Helsinki Early Psychosis Study, realizado em jovens adultos (18-41 anos) no PEP. Atualmente, temos alguns marcadores, embora com valor prognóstico limitado:
- Uma melhor função cognitiva no início do tratamento está associada à melhora dos sintomas positivos e afetivos em um ano de acompanhamento, mas não está associada à melhora dos sintomas negativos.1
Ansiedade e depressão precoces podem ser uma reação normal ao início da doença
- Sintomas graves de transtorno obsessivo compulsivo são preditivos de uma menor taxa de remissão, enquanto um alto nível de ansiedade está associado a uma melhor funcionalidade, em um ano de acompanhamento.2
- Níveis mais altos de ansiedade e depressão no início também predizem melhores resultados cognitivos no estágio inicial da doença, mas não um ano depois. A professora Lindgren levantou a hipótese de que essa observação interessante poderia ser porque a ansiedade e a depressão são parte de uma reação normal ao início da doença e, portanto, um marcador de desempenho cognitivo intacto.3
Aumento do risco metabólico para pacientes com transtornos psicóticos
Pacientes com primeiro episódio psicótico ficaram cerca de 10 kg mais pesados após um ano
Pacientes com transtornos psicóticos estão em maior risco de obesidade, doenças cardiovasculares e diabetes.
Pacientes com PEP foram observados com cerca de 10 kg a mais, após um ano, em um estudo realizado para identificar marcadores de ganho de peso. Após o ajuste para o uso de um antipsicótico de segunda geração, a resistência precoce à insulina foi um preditor de ganho de peso, principalmente da circunferência abdominal, relatou a professora Lindgren.4
A resistência à insulina pode ser um marcador valioso de vulnerabilidade ao ganho de peso e obesidade abdominal para pacientes no PEP
A proteína C-reativa é um marcador de risco metabólico na psicose precoce
Em outro estudo, a proteína C reativa – marcador de inflamação e risco cardiovascular – foi 2,5% maior no ano após o primeiro episódio psicótico. Isso foi fortemente associado ao sexo feminino e à circunferência abdominal, fornecendo mais evidências para o aumento do risco metabólico nessa população vulnerável no PEP.5
“Ainda não sabemos o suficiente e há trabalho a ser feito”, declarou a professora Lindgren.
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Our correspondent’s highlights from the symposium are meant as a fair representation of the scientific content presented. The views and opinions expressed on this page do not necessarily reflect those of Lundbeck.